16/12/2020

'A CRACOLÂNDIA SE TORNOU NA MAIOR FEIRA ABERTA DE DROGAS DO MUNDO DEPOIS DE HADDAD' - DIZ DEPUTADO DE SP

‘Depois do Haddad, a Cracolândia virou a maior feira aberta de drogas do mundo’, diz deputado Heni Ozi Cukier

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 16, o deputado estadual Heni Ozi Cukier (Novo) revelou porque as autoridades não conseguem resolver o problema da Cracolândia. “É muito difícil, precisa de dedicação e clareza. Para o Brasil resolver a situação da Cracolândia é preciso abandonar o discurso ideológico bobo. Devemos sair do debate em que a direita entende que as soluções são força, ordem e porrada e a esquerda apenas fala em assistência e cuidados. Enquanto a corda estiver sendo esticada apenas para um lado, não vamos resolver”. Na última semana, um grupo de usuários de drogas provocou um arrastão na região, assustando os moradores e comerciantes locais. Além deles, os motoristas que atravessavam a Alameda Nothmann e a Rua Helvétia, no Centro de São Paulo, foram saqueados e tiveram os vidros dos carros quebrados.

Para exemplificar seu ponto de vista, o cientista político lembrou do “De Braços Abertos”, o programa de redução de danos para usuários de crack instituído na gestão de Fernando Haddad (PT). “Depois do Haddad, a Cracolândia virou a maior feira aberta de drogas do mundo. O programa que ele instituiu era uma bolsa crack. Ele deu dinheiro para o usuário e, logicamente, o usuário gastava em droga. Ele deu um hotel para o usuário morar e advinha o que aconteceu? Eu visitei estes hotéis, foram os lugares mais aterrorizantes que já vi na minha vida. Haviam montanhas de lixo, ratos e pessoas desmaiadas. Era totalmente desumano”. Segundo o deputado, a política petista não foi bem-sucedida por priorizar apenas o assistencialismo. “Se você não coloca alguma ordem na vida do usuário e apenas presta assistência, está empurrando-o para a morte. A esquerda geralmente não gosta quando falamos sobre ordem, mas precisamos. Não digo que devemos sair prendendo e internando usuários no Brasil, mas devemos usar o espaço público de maneira ordenada. No entanto, só a ordem também não resolve. O vício é uma doença e os dependentes precisam de tratamento. Sendo assim, para acabar com a Cracolândia e transformar a vida dos usuários, precisamos ser muito duros na questão da ordem, oferecendo programas de tratamento muito eficientes”, disse.

Heni Ozi Cukier reforçou que vencer a Cracolândia não é apenas uma missão da Prefeitura de São Paulo, mas de todo o Brasil já que 98% dos municípios possuem problemas com o crack. “Basicamente existem ‘mini Cracolândias’ em todas as cidades brasileiras. Somos também os maiores consumidores de crack de todo o mundo”. Apesar de a problemática ser nacional, como aponta, são muitos os entraves burocráticos municipais e estaduais que dificultam o combate. “As ações policiais na região não resolvem todo o problema, mas são necessárias. Mesmo assim, existe uma ação legal do Ministério Público de São Paulo que impede a atuação da polícia dentro da Cracolândia. Há uma pressão ideológica muito grande, mas só conseguiremos resolver quando vencermos este filtro ideológico”, concluiu.

JP

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