10/08/2019

GO: TRAFICO - POLÍCIA APREENDE JATOS, CARROS DE LUXO E DINHEIRO

Polícia prende suspeitos de traficar cocaína para a Europa e apreende jatos, carros de luxo e R$ 570 mil

Integrantes do grupo posam com Ferraris, em Dubai — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoA Polícia Civil de Goiás desarticulou, nesta sexta-feira (9), um grupo suspeito de atuar no tráfico internacional de drogas. A operação, batizada de Icarus, resultou na prisão de seis pessoas - uma está foragida - e apreensão de diversos bens. A investigação começou após o sumiço de um piloto, em dezembro do ano passado.

Conforme os policiais, o esquema exportava, por mês, cerca de 500 kg de cocaína para países da Europa. Além disso, segundo os investigadores, os integrantes da organização criminosa tinham uma vida de muito luxo e ostentação.


Foram apreendidos durante a ação:

-2 jatos executivos;
-1 helicóptero;
-11 carros de luxo;
-8 relógios suíços;
-1 moto náutica;
-R$ 571 mil em notas de reais, dólares e euros.

Polícia apreendeu R$ 570 mil em espécie e relógios de luxo suíços — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. As prisões ocorreram em Goiás, Pará e São Paulo. No estado do Sudeste, inclusive, ocorreu a detenção de um holandês radicado no Brasil e considerado o chefe do grupo.


O G1 não conseguiu localizar os advogados dos presos até a última atualização desta reportagem.

Esquema

De acordo com as investigações, o grupo contratava pilotos para atuarem no transporte das drogas. Eles voavam para países vizinhos, como Bolívia, Colômbia e Peru, pegavam os carregamentos e entregavam em Goiás e no Pará, num trajeto conhecido, no âmbito do tráfico de drogas, como "rota caipira". Posteriormente, a droga era levada para a Europa.

"Daqui [de Goiás] a droga é preparada para ser enviada, principalmente para a Holanda, França, Bélgica e Alemanha, por meio de produtos destinados à exportação como granito, mármore e até gêneros alimentícios. Tem registro deles levando essa droga em cargas de açaí, por exemplo", explica o delegado Thiago Martiniano, que chefiou a operação.


Segundo a polícia, os criminosos tentavam burlar o monitoramento de aeronaves. Para isso, os aviões eram modificados para ter mais autonomia. Além disso, sobrevoavam a uma altura extremamente baixa para fugir do controle aéreo.

Vida de luxo

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Odair José, disse que o grupo transportava cerca de meia tonelada de droga por mês.


"A gente tem a noção que eles exportavam cerca de 500 kg de cocaína por mês. Estamos falando de cerca de R$ 40 milhões. Ou seja, em uma única carga eles poderiam comprar todas as aeronaves que aqui estão. Então, o importante, mais que a apreensão de todos esses bens, é a desarticulação da logística deles", avalia.

Sumiço de piloto

A polícia revelou que a investigação começou a partir da apuração do sumiço do piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos, que desapareceu no dia 12 de dezembro do ano passado. Ele é irmão de Mohammed d'Ali, que foi condenado por matar e esquartejar o corpo da inglesa Cara Marie Burke, em 2008, em Goiânia.

Segundo a polícia, Bruce Lee transportava drogas em um avião pertencente ao grupo. Inclusive, o delegado suspeita que a aeronave que ele pilotava caiu em um lago, na Bolívia, durante uma dessas viagens. Apesar disso, ele e a aeronave nunca foram localizados.

“Investigando esse desaparecimento, descobrimos que ele estava voando para o tráfico de drogas com uma aeronave que também está desaparecida desde dezembro de 2018 e acreditamos que ele tenha se acidentado, de fato, com essa aeronave na Bolívia", disse o delegado Thiago Martimiano.

G1

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