14/07/2019

MAIS CONFUSÃO: MOÇAMBICANA DIZ QUE ERA COMPANHEIRA DE JOÃO GILBERTO

'Nunca nos separamos', diz Maria do Céu sobre João Gilberto

João Gilberto, que morreu no Rio aos 88 anos, inventou a batida que caracterizaria a bossa bova e revolucionaria a música brasileira Foto: Leo Aversa / Agência O GloboO ano era 1984. João Gilberto havia se apresentado em Lisboa por três dias antes e seguia hospedado no Hotel Alfa, no dia 13 de junho, quando o telefone de seu quarto tocou. Era uma fã de 21 anos, moçambicana criada numa aldeia em Portugal. Ela tinha visto o show e ficado fascinada. O músico ouviu a jovem e deteve sua atenção num ponto: “Como é seu nome? Maria do Céu? Vem aqui.”
— Aí eu fui e nunca mais saí — diz Maria do Céu Harris, que agora, 35 anos depois daquela ligação, pleiteia na Justiça o reconhecimento de uma união estável com João, um dos pontos-chave da disputa pelo espólio do músico.

Maria do Céu estava com João no momento de sua morte, na tarde de 6 de julho — nos últimos meses, vivia no apartamento do artista, no Leblon, Zona Sul do Rio. Ela alega ter sido sua companheira desde 1984, mas Bebel Gilberto, filha do músico, não a reconhece nesse lugar — ao contrário do irmão, João Marcelo. Maria do Céu está no testamento que João elaborou em 2003 (revogado em 2017), porém no mesmo documento o músico afirma que não tinha companheira. Além disso, em 2004 nasceu Luisa Carolina, filha do cantor com Cláudia Faissol — a quem Maria do Céu, mesmo se recusando a mencionar (“eu não gostaria de me referir a essa senhora”), responsabiliza pela decadência financeira e emocional de João.

Em entrevista exclusiva ao GLOBO, concedida no escritório de seu advogado, Roberto Algranti, a moçambicana de 56 anos — personagem que sempre se manteve nos bastidores da vida de João, longe dos holofotes — conta detalhes de sua intimidade com o músico. Ela diz, por exemplo, que "era muito menina" no primeiro encontro.

— A gente não conversou muito. Ele tocou a noite inteira.

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