20/07/2018

EX SENADOR LUIZ ESTEVAM MANDA NA PAPUDA

Luiz Estevão é suspeito de doar imóvel a agente da Papuda em troca de regalias

Ex-senador Luiz Estevão ao sair para prestar depoimento (Foto: TV Globo/Reprodução)Na decisão desta quinta-feira (19) que mandou o ex-senador Luiz Estevão para a ala de segurança máxima, a juíza Leila Cury afirmou que o empresário é suspeito de ter doado um imóvel para um dos agentes da Penitenciária da Papuda em troca de privilégios. O caso terminou com o indiciamento dele por corrupção passiva.

Segundo a juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), o assunto chegou diretamente às mãos dela como denúncia anônima no fim de 2016.

“Naquela época, havia indícios de que Luiz Estevão teria, inclusive, doado um imóvel para um dos agentes ali lotados em troca de recebimento de privilégios.”

No começo de 2017, ela determinou vistoria na cela dele, onde foram encontrados “diversos itens proibidos, tais como cafeteira, cápsulas de café, chocolate, massa importada, dentre outros”. A punição para Estevão, que atualmente é presidente do PRTB no Distrito Federal, foi dez dias de isolamento.

O episódio culminou ainda com a queda da cúpula do Centro de Detenção Provisória da Papuda (CDP).

O advogado de Luiz Estevão, Marcelo Bessa, rebateu as denúncias. "A defesa nega veementente. Isso já está ssendo demonstrado no inquérito correspondente."

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Ainda de acordo com a juíza Leila Cury, um ano e meio depois, o Ministério Público ainda não denunciou Luiz Estevão à Justiça nem qualquer agente do sistema prisional. Para a magistrada, a demora se explica pela dificuldade de conseguir provas do caso.

“Na verdade, segundo especialistas, encontrar provas diretas, especialmente quando há empresários poderosos envolvidos, é um ‘desafio global’ e não é por outro motivo que o lapso temporal mais extenso se faz necessário para angariar provas aptas a sustentar o oferecimento de eventual peça acusatória”, disse.

“A caracterização de privilégio alcançado através de corrupção envolvendo empresário poderoso definitivamente não é fácil e requer prudência”, diz a decisão.

G1 DF

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