24/03/2018

GO: PADRES DESVIARAM DINHEIRO COM "FORÇA"

Em um ano, padres “sumiram” com R$ 1 milhão de fiéis do Entorno
 
MPGO/DivulgaçãoA suposta organização criminosa que desviava recursos de paróquias do Entorno do Distrito Federal contava com a certeza da impunidade. Para justificar desfalques na contabilidade da Diocese de Formosa (GO), os envolvidos alegavam o desaparecimento de quantias vultosas. Denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) mostra que quatro dos 11 investigados na Operação Caifás assinaram declarações para atestar o “sumiço” de quase R$ 1 milhão.
A entrada dessa quantia deveria constar na contabilidade das paróquias de Posse e Planaltina de Goiás, com destino à Diocese de Formosa. No entanto, como num passe de mágica, R$ 915.143,34 se tornavam “inexistentes”.
Somente o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira certificou o desaparecimento de R$ 357.445,97, em 2015. No ano seguinte, ele assinou nova “declaração de desaparecimento”, então de R$ 72.859,22. Os dois desfalques foram atestados pelo bispo de Formosa, dom José Ronaldo, e pelo ecônomo e padre Mário Vieira. Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, de Formosa, declarou o sumiço de R$ 207.541,38.
Waldson José de Melo, na condição de padre da paróquia Sagrada Família, em Posse, endossou o desaparecimento de R$ 274.021,38, e Guilherme Frederico, que atuava como secretário da Cúria Diocesana, um desfalque de R$ 3.275,49. No caso dele, de acordo com o MPGO, dom José Ronaldo teria aconselhado o subordinado a assinar a declaração para justificar o “rombo” no caixa.
Segundo o documento assinado por quatro promotores de Justiça de Formosa, os suspeitos davam “lastro” ao desaparecimento do dinheiro, “acreditando que a falta de transparência impediria que o desfalque viesse ao conhecimento dos fiéis”.
De acordo com o promotor Douglas Chegury, um dos responsáveis pela investigação do caso, os recursos supostamente desaparecidos faziam parte do que era declarado. “Em alguns casos, o dinheiro do pagamento de casamentos, batismos, doações e coletas não era sequer contabilizado. No entanto, esses valores com declaração tinham entrada no caixa, mas foram retirados, e eles não sabiam como explicar o desfalque”, disse.

Metrópole

Nenhum comentário: