01/10/2017

EUA X COREIA: BRASILEIROS SE PROTEGEM DE UMA GUERRA

Brasileiros se protegem para possível guerra entre EUA e Coreia do Norte

Míssil balístico lançado pela Coreia do Norte durante teste.Um conflito na Península Coreana seria grande, destruidor e envolveria diretamente, além dos exércitos de Pyongyang, ao norte, e de Seul, ao sul, também as forças do Japão e as do Comando do Pacífico dos Estados Unidos, mobilizando cerca de 2,4 milhões de combatentes.
A luta começaria pelo ar, à noite, com intenso emprego de bombas guiadas eletronicamente e de vários tipos de mísseis, alguns deles de grande porte e médio alcance, mas sem cargas nucleares – ao menos na primeira fase. De acordo com uma análise do Centro de Estudos da Defesa da Universidade de Georgetown, só nas 24 horas seguintes haveria de 64 mil a 75 mil mortes. Na primeira semana, o número de baixas poderia superar os 300 mil. Em um mês, seriam cerca de 2 milhões, civis e militares. A população das duas Coreias soma 76,8 milhões de habitantes.
No país, trabalham ou estudam 1,3 mil cidadãos do Brasil, cadastrados pelo Ministério das Relações Exteriores.
Nas duas capitais, os diplomatas do Itamaraty são cuidadosos em tratar da crise regional. Schenkel limita-se a dizer que o posto permite “uma avaliação privilegiada dos fatos”. O embaixador em Seul, Luis Serra, pondera que “há bom espaço para a negociação”. Um dos adidos considera “mais importante que essa guerra de palavras” – como definiu a troca de ameaças entre o ditador Kim Jong-un e o presidente americano, Donald Trump – o crescente interesse de jovens brasileiros, “em particular do eixo São Paulo-Rio de Janeiro”, pelos cursos oferecidos nas universidades de Soongsil e Kyungpook, “para quatro bolsistas”, com direito a um ano de aprendizado do idioma local. Formalmente, a vida segue.
Não é tão simples. O adido militar da embaixada em Seul, um coronel do Exército, preparou detalhado plano de remoção dos brasileiros para áreas seguras, “em caso de necessidade”. Discretamente, a página da missão diplomática na internet ganhou documento com orientações “para situações de crise na Península Coreana”. O texto é objetivo. Entre cuidados com os documentos pessoais e a estocagem de água e de alimentos não perecíveis para 15 dias, há orientações para situações práticas.
No quadro de “ataque provável”, as pessoas serão prevenidas por sirenes e devem procurar refúgio. Sob “ataque iminente”, terão 3,8 minutos para fechar as janelas, afastar-se delas, deitar-se no chão com a cabeça protegida e, “tão logo cesse a onda do ataque”, devem se deslocar rapidamente para o abrigo subterrâneo mais próximo e seguir a orientação das autoridades sul-coreanas.

Agência Estado

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