18/08/2017

SAMU NÃO ATENDE "SEM POLÍCIA"

Sem presença da polícia, Samu nega atendimento a advogado baleado em Natal

O advogado Rodrigo Fernandes de Paiva, de 37 anos, foi baleado em uma tentativa de assalto em Natal e levado ao hospital Monsenhor Walfredo Gurgel por testemunhas do crime. O motivo? O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, se recusou a ir ao local sem que a Polícia Militar estivesse lá.
A tentativa de assalto aconteceu no último sábado, 12, no Barro Vermelho, na Zona Leste. Ele saiu do carro após dois bandidos o renderem, mas os criminosos não conseguiram ligar o sistema automático do veículo e atiraram contra a vítima, mesmo sem reagir. A vítima teve estômago, fígado e pulmão perfurados.
Uma mulher vendo Rodrigo baleado decide chamar o Samu. O áudio da conversa, que circula pelas redes sociais, mostra a negativa do serviço em atender a vítima. Ao todo, a ligação durou três minutos e 25 segundos e envolveu quatro pessoas: a mulher que fez a ligação, a atendente, um médico e um enfermeiro que estava no local.
Na fala com a atendente, a mulher agoniada com a cena que presenciava nem conseguia aguardar pelo protocolo de rotina do serviço. “Minha senhora, não tem como mandar logo não? É uma urgência”, questionou. A profissional do Samu informa então que vai passar a conversa para um médico, afinal, “ele que libera a ambulância”.
Enquanto a ligação é repassada a um médico, a mulher comenta com outras testemunhas do crime que “tem que responder um protocolo do tamanho do mundo”. Nesse momento, aparece a fala do médico. “É assim mesmo. A culpa primeiro não foi da gente”, disse o profissional, que informou que a polícia deveria ser chamada também.
“O ferimento foi em que local?”, perguntou o médico. A mulher entendeu errado e respondeu: “Foi aqui na Régulo Tinoco (nome da rua)”. O profissional então exemplifica a que se refere: “Foi na bunda, na perna, na cabeça, na orelha?”.
Um enfermeiro que estava no local do crime passa então a conversar com o médico que aguardava a fala de um suposto policial que estava no local, o que era um engano. O médico pergunta novamente se a polícia estava presente. Quando ouviu que “não”, recomenda que a acionem. O homem responde: “Tá bom, tá bom”. A ligação então se encerrou.
O advogado Rodrigo Fernandes de Paiva não corre risco de morrer. O Samu considerou excesso do médico, mas informou que o protocolo foi seguido e confirmou que as equipes só se deslocam para atendimento em locais de crime quando há presença da polícia.

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