Quanto mais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tenta
explicar os termos do acordo da delação de Joesley e Wesley, mais fica
inexplicável. A frase de Janot “eles aceitavam negociar tudo menos a
imunidade” mostra uma rendição. Ele poderia ter endurecido na mesa de
negociação. O céu para um criminoso é a imunidade penal. Os Batista
pediram o céu e lhes foi dado.
Joesley e Wesley são bons negociadores e chegaram na PGR dispostos a vencer. Venceram.
— Se eu não aceitasse, os empresários continuariam na mesma atividade
ilícita que sempre tiveram — disse o procurador na entrevista a Roberto
D’Ávila.
Janot, ao aceitar dar aos irmãos tudo o que pediram, atingiu a alma da
Lava-Jato. O que construiu o forte apoio da opinião pública à operação é
o combate à impunidade, ou, como prefere o procurador: “Pau que dá em
Chico dá em Francisco”. Mas ele poupou os Batista. Esse foi o erro de
Janot.
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