“Prefeitura dá calote em todo mundo, mas não falta dinheiro para festa”, diz Sandro
O
vereador Sandro Pimentel (PSOL) voltou a disparar, nesta quinta-feira,
29, duras críticas contra a gestão do prefeito de Natal, Carlos Eduardo
Alves (PDT). De acordo com o socialista, a situação das finanças
municipais é crítica, e a dívida junto às empresas contratadas para
prestarem serviços diversos chega a R$ 8 milhões.
Na
avaliação do vereador, a crise é generalizada. “Esse é o relato dos
empresários. A Prefeitura não consegue pagar, dá calote em todo mundo.
Dá calote no servidor, quando paga atrasado; dá calote no vereador, ao
não cumprir as emendas impositivas; e dá calote indiretamente nos
servidores terceirizados quando não paga as empresas”, critica.
O
socialista relata que, em uma audiência pública promovida recentemente
na Câmara Municipal, representantes de algumas que executaram ou ainda
executam serviços para o município contaram que estão com pagamentos
pendentes desde 2015. “É a prefeitura da farra do boi”, ironiza.
Ao
escancarar o descaso da atual gestão na área das finanças, Sandro chama
atenção para os investimentos realizados com eventos. Na opinião dele,
um erro na escalação de prioridades de gastos. “Não falta dinheiro para
evento. Enquanto Carlos Eduardo estiver aí, já sabemos como vai ser. Taí
já pensando em decoração natalina”, lamenta o vereador.
A
Prefeitura de Natal vem enfrentando dificuldades na área econômica.
Registrando atrasos salariais desde o ano passado, a gestão de Carlos
Eduardo não tem também, segundo apurou a reportagem do Portal Agora
RN/Agora Jornal, previsão para depositar a primeira parcela do
décimo-terceiro aos colaboradores da gestão. Além disso, há diversas
denúncias de irregularidades envolvendo a administração de finanças.
Uma
delas envolve a ausência de pagamento, à Caixa Econômica Federal, das
parcelas mensais de empréstimos consignados contraídos pelos
funcionários públicos junto à instituição financeira. Representantes do
banco revelaram à Justiça que o município não tem repassado com
regularidade as quantias que são descontadas diretamente na folha dos
servidores. A falta de repasses tem motivado a judicialização das
dívidas.
Com isso, a vereadora Natália
Bonavides (PT) protocolou, na Procuradoria Geral de Justiça, uma
queixa-crime acusando a prefeitura de apropriação indébita de dinheiro
dos servidores. A denúncia ainda está em fase de tramitação na Justiça.
Outra
acusação foi feita pelo próprio Ministério Público do Rio Grande do
Norte. A Procuradoria Geral de Justiça denunciou o prefeito no Poder
Judiciário por captação indevida de tributos, por antecipar a cobrança
do IPTU 2017 ainda em 2016, quando se encerrava a última gestão de
Carlos Eduardo.
Além desses casos, em abril, o
município retirou cerca de R$ 15,8 milhões do fundo previdenciário dos
servidores de Natal, o NatalPrev. Após determinação do Tribunal de
Contas do Estado (TCE), contudo, houve a firmação de um acordo para que a
verba seja devolvida.
Agora RN
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