19/06/2017

CÂMARA: EVANGÉLICOS DEFENDEM PRECEITOS GRISTÃOS

‘Homem não foi feito para atividades de casa’, diz deputado do PSC

Descendente de japoneses budistas, o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) coordena a bancada evangélica na Câmara dos Deputados desde abril. Junto com os católicos, as duas frentes contabilizam mais de 200 dos 513 deputados federais.
Em entrevista ao HuffPost Brasil, o deputado deixa claro a prioridade da bancada: defender os preceitos cristãos e a concepção de família formada por um homem e uma mulher. “O governo é laico, mas o País tem bases cristãs”, justifica.
Na avaliação de Takayama, a legalização do casamento gay desrespeita fronteiras. “Amanhã ou depois vão abrir o padrão para dizer que pode fazer sexo com criança, pode fazer sexo com animal e tudo bem”, afirmou.
Na conversa, o deputado citou repetidamente ensinamentos bíblicos e defendeu que é papel da mulher cuidar de casa e dos filhos. “Se o homem ficar em casa, então estão criando o protótipo do homem maricas hoje. O homem feminilizado. Mas o homem não foi feito para isso”, afirmou.
Apesar das declarações, o parlamentar adepto de propostas de aumento de penas para crimes defendeu a criminalização da homofobia. “Homofóbico tem que ir preso.”
Nascido em 20 de abril de 1948 em Rolândia (PR), Takayama está em seu quarto mandato como deputado federal. Em 2014, foi eleito com 162.952 votos e gastou R$ 186 mil na campanha. De acordo com a declaração entregue à Justiça Eleitoral, possui R$ 1,13 milhão em bens.
Do chamado “baixo clero”, o parlamentar se reuniu em abril com o presidente Michel Temer e parte da “bancada da fé” no Palácio do Planalto. O objetivo era garantir o apoio do governo contra a descriminalização do aborto e no combate ao que chamam de “ideologia de gênero” nas escolas.
Takayama é um dos autores de um projeto de lei que susta decreto sancionado por Dilma Rousseff, que “dispõe sobre o uso do nome social de pessoas travestis e transexuais” em órgãos federais, como estatais e universidades.
Em outras propostas, defende criminalizar o aborto de anencéfalos, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, e dar imunidade a pastores de acusações de injúria e difamação.

Fonte: HuffPost Brasil

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