16/04/2017

POLÍTICA: PMDB, BARRIGA DE ALUGUEL!

Odebrecht entregou e-mail de reunião para compra do PMDB


Delatores da Odebrecht entregaram à Procuradoria Geral da República e-mails que comprovariam a marcação de uma reunião para “compra do PMDB” no escritório do presidente Michel Temer, em São Paulo.
A mensagem foi trocada entre Rogério Araújo e Marcio Faria, ex-executivos da empresa. No-email, Rogerio cita o endereço do escritório político de Temer na capital paulista e avisa o hotel em que ficaria hospedado. Em outra correspondência eletrônica, aparece no assunto do e-mail EC e JA, novamente acompanhados do endereço da reunião.
Segundo o delator Marcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, Temer comandou, em 15 de julho de 2010, uma reunião para fechar um acordo que previa o pagamento de cerca de US$ 40 milhões de propina ao PMDB em troca de contratos da Diretor Internacional da Petrobras.
Na época, Temer era vice na chapa de Dilma Rousseff e teria delegado a Eduardo Cunha e a Henrique Eduardo Alves, então deputados, a tarefa de operacionalizar os repasses, que representavam uma taxa de 5% sobre o valor dos contratos.
Temer não falou de valores, segundo o delator, e Cunha foi o interlocutor do pedido. Aos procuradores, Marcio disse  que Rogério Araújo  o procurou após esse encontro dizendo que João Augusto tinha solicitado que 1% do tal contrato fosse destinado ao PT.
Faria disse que a propina só seria paga se saísse do mesmo dinheiro, não haveria recurso novo. O PMDB então aceitou dividir, ficando com com 4% do valor do contrato e 1% repassado ao PT.
Faria contou que 50% ficou com Eduardo Cunha e a parcela do PT teria sido dividida entre o senador Humberto Costa (PT-PE) e o ex-senador Delcídio do Amaral (Ex-PT-MS).
Faria falou ainda aos procuradores sobre o e-mail. “Aí num belo dia eu recebo um e-mail do Rogério, “o Márcio”, convocando pra uma reunião que ele chamou de “compra do PMDB”. Eu não tinha a menor ideia. “O Márcio, essa reunião vai ser dia 15 de julho de 2010”, o e-mail é de um ou dois dias antes, nós temos ele anexado como corroboração. E falou “olha, o local da reunião é num escritório político, na Rua Antônio Bacuíra, 470, bem próximo da praça Panamericana”. Quem conhece ali São Paulo, em Alto dos Pinheiros. Falei vamos, vamos lá.”
O procurador pergunta ao delator de quem era o escritório. “Doutor, chegando lá eu soube que se tratava do escritório político do senhor Michel Temer, à época candidato a vice presidente da República na chapa com a Dilma.”
“Doutor, chegamos, nos anunciaram, nos colocaram numa sala, numa salinha de espera por muito pouco tempo. Chegando na sala, cumprimentei o ex-deputado Eduardo Cunha, que estava também já na sala de espera. A gente cumprimentou e logo, logo, fomos anunciados. Fomos anunciados, entramos numa sala maior e que nessa sala estava presente o Michel Temer, ele sentou na cabeceira, como se fosse aqui. Eu sentei aqui. Rogério aqui. Do lado de lá, Eduardo Cunha, o deputado Henrique Eduardo Alves e o João Augusto mais atrás. Foi assim que nós chegamos e ficamos na reunião”, completou.
Segue o delator: “E para minha surpresa, até com intimidade para quem nunca o tinha visto, falou “não, se acontecer qualquer coisa aí, desses rapazes aqui”, ele apontou pros dois deputados, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, falou pode deixar que ela vem e fica aqui” [apontando pro colo dele]. Esses jovens, esses rapazes resolvem para mim lá. Não estou preocupado“.
Em nota, o Planalto afirmou que Temer “jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria”, e afirmou que a narrativa “baseada em uma mentira absoluta”. Os outros políticos citados também negam envolvimento com irregularidades.

Jota / BG

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